Atendimento Médico aos Tripulantes

agosto 4, 2012 às 10:19 pm | Publicado em Rotina, Tripulantes | 1 Comentário
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Já vi e ouvi muita gente reclamar do atendimento médico que é dado aos tripulantes a bordo dos navios de cruzeiro.  Eu, graças a Deus, posso contar nos dedos as vezes que fui ao centro médico a bordo. E, diga-se de passagem, sempre fui bem tratada.

O atendimento para tripulantes acontece em horários pré-estabelecidos. Se você tem dor, está gripado ou tem algum sintoma, deve ir nesses horários. Mas  em caso de emergência você pode ir a qualquer horário.

No meu contrato com a Costa, o médico era italiano como a maioria dos oficiais. E acontece que rola um preconceito de todo mundo com os brasileiros. Que nós não gostamos de trabalhar, entre outras coisas, e usamos o medical off como desculpa. Essa informação não é totalmente infundada, mas também não dá pra generalizar de maneira nenhuma. O que acontece é que certas funções o esforço é grande, e como o corpo não está acostumado surgem as dores. Alguns são mais fracos para dor, outros não. O que eu vi acontecer é o médico investigar um pouco mais para saber se as reclamações eram reais ou não.

Enfim, a minha única experiência com o centro médico na Costa me rendeu nada menos do que 3 dias sem trabalhar. Estava fazendo o turno na madrugada, então estava tirando o meu cochilo habitual antes de começar o turno e acordei com calafrios. Achei muito esquisito, mas meu termômetro não marcou febre. Me esforcei para ir trabalhar, mas devido aos calafrios tive que ligar para uma amiga para me ajudar a me arrumar. Quando fiz o check in para iniciar o turno, meu chefe, um indiano muito solícito, se espantou com a minha palidez e tremedeira. Como não era horário de atendimento médico, e eu não havia comido nada, me mandou ao refeitório para jantar, tomar uma coca-cola para ver se a pressão arterial normalizava e me mandou para a cabine, me deitar um pouco. Assim que comi e me deitei, os calafrios voltaram. Dessa vez meu termômetro marcou 41º C de febre. Resolvi ir ao médico. Pedi desculpas a enfermeira brasileira, pois sabia que não era o horário de atendimento para crew, mas que eu estava com febre realmente alta, e não sabia o porque. Quando ela mediu com o termômetro deles, viu que eu realmente não estava brincando. O médico, italiano, veio me examinar. Super solícito, me encheu de perguntas, pois eu tinha uma febre e nenhum outro sintoma a mais. A única hipótese que ele encontrou foi infecção urinária. Colhi material na hora. Mais 5 minutos, a enfermeira volta com o resultado positivo para infecção. Devidamente medicada para febre e para infecção, voltei ao restaurante para entregar a dispensa médica ao meu chefe, e passei os próximos três dias entre a cabine, o consultório médico e o refeitório. Como a febre não sumia, fiquei sem trabalhar três dias, até que ela desaparecesse por completo. Achei o atendimento e o tratamento digno. Médico e enfermeiras muitos solícitos.

Já na Pullmantur, fui duas vezes ao centro médico. A primeira foi somente para tomar a vacina contra a H1N1 que eles estavam disponibilizando. Como a minha anterior estava vencida, achei que poderia tomar outra. Já na segunda vez, foi um atendimento mesmo. Eu tenho asma, que normalmente não me incomoda quando eu estou a bordo. Mas, devido ao fato da minha cabine ter carpete, dessa vez ela foi um pouco mais cruel. Tanto que, assim que chegamos a Europa, meu remédio acabou. Eu estava em crise, e queria comprar outro remédio, então fui ao médico, dessa vez espanhol. Que, com a embalagem  do remédio que eu estou acostumada, fez uma rápida busca na internet e descobriu que o laboratório europeu da marca também fabricava por lá, mas que infelizmente ele não o tinha disponível a bordo. Me deu o receituário para providenciar a compra em uma farmácia em terra. E, como eu estava em crise, com muita dificuldade para respirar, me deixou lá fazendo uma nebulização. Nada extraordinário.

Eu, sempre fui muito bem tratada em ambas as cias. Mas também sempre evitei ao máximo ir ao centro médico. Nos dois contratos tive pequenos acidentes que poderiam ter sido tratados pelos médicos, mas que eu dei um jeitinho sozinha. Na Costa, preparando a festa da Independência Brasileira, prendi meu dedo em uma porta de correr, e consegui arrancar um pedaço da pele. Essa gracinha me rendeu uma cicatriz de 3cm no dedão. Creio que uns pontos seriam bem-vindos, mas devido a adrenalina da festa e ao fato de não querer ser aquela chata que vai ao médico por qualquer coisa, desisti. Já na Pullmantur, quebrei uma taça enquanto estava polindo, e cortei a mão em 4 lugares diferentes. Nenhum corte profundo, que eu tratei de esconder rapidamente para que nenhum supervisor me levasse ao médico. E ainda na Pullmantur, levei um tombo na entrada da dishwash, onde bati o cóxis no chão, e fiquei dolorida alguns dias. Mas nada sério… Afinal, acidentes de trabalho acontecem com muita frequência.

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